Não a vias assim, a tua vida
Sem pasta de executivo quando eras pequeno
Teu corpo preso, fato ridículo
Não imaginavas, eu sei
Eu também sonhei sonhos, que pena
Vias a tua vida grande e é
Uma vida muito pequena
Não a vias assim, a história:
Tu eras tempestade e rocha negra
Mas quem quebrou a tua bola de cristal
Quebrou os teus desejos, tornou-te banal?
És feio de bigode, em sandálias feias
És tolo em desequilíbrio
Pequeno cabo de centro comercial
Não a vias assim, irmão
Devagar a tua vida te deixou K-O
Tinhas oito anos quando te vias
E todos nós tivemos esse sonho
Primeira renda e primeiro chapéu
Não és tu que estás lá
Não és tu que és bonito
Tambor binário e primeiro casco
Não és tu que estás lá
Não és tu que és bonito
Dançando Quimper ou Landemau
Não és tu que estás lá
Não és tu que és bonito
Soprando trovão em cana
Não és tu que estás lá
Na banda de Lann Bihouë
Não a vias assim, a tua vida
Tapioca, sopa e salsifis
Todos nós somos iguais, médio, médio
A grande aventura, Tintin
Eu também sonhei com gaitas de foles
Acabou, agora diz-me o que é
Que te diverte?
Não a vias aqui, a história
Gostarias de a ter feito no fim do Loire
Mas quem te arrumou nesta gaveta
Como um espadarte numa banheira?
És feio no fim de semana
Teus filhos que arrastam, falhaste capitão
Barco de semana de uma estranha feira popular

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