Chicco tem uma cicatriz no rosto
Ele está com seu irmão que se chama Spillo
E eles já sabem atirar como cowboys

Chicco tenta aquecer sua colher ao sol
Spillo está roubando outra motocicleta
O marechal olha a Itália de dentro de um bar

Velhos colchões, pneus, pias, vasos sanitários quebrados
Desenhos obscenos no prédio do corno
Africanos na estação, o advogado do barbeiro
Mais um filme de Alberto Sordi na televisão

Chicco está em casa com o rosto no rádio
Que transmite a coluna de conselhos
E ele gostaria de perguntar como se faz
Para roubar um banco
E fugir sem desamarrar os sapatos
E ir onde ninguém nunca cospe em você
E quer te colocar em apuros

Tubos de concreto, caixas, fraldas
Sacos de lixo colocados como postes pelas crianças
A ambulância da Cruz Vermelha, alguém está passando mal
O padre prepara a igreja para o funeral

Spillo trancou a felicidade em um lenço
Mas secou em um segundo abençoado
Alô, quem fala?
É Chicco, venha aqui, desta vez é a boa
Basta uma chave de fenda para entrar no paraíso
Uma chave de fenda
Espere por mim, estou chegando
Pego a motocicleta e em um minuto estou aí

Você percebe quanto dinheiro é esse
E como foi fácil roubá-lo
Finalmente podemos comprar o que quisermos
Explique-me por que você não fala
Deixe pra lá, fique quieto, não quero falar
Falta pouco, terminamos e vamos embora
Fuja, rápido, não pare, corra, droga, não olhe para trás
A sirene é da polícia

Chicco e Spillo pulam como dois gatos no selim
E disparam a toda velocidade
Filhos da puta
Vocês nunca nos pegarão
Olha que bagunça, olha onde você vai acabar, estou com frio
E tenho medo de morrer
Cuidado
Cuidado
Freie
Tchau

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