“Se ouve ao longe um tilintar de cincerro,
Um longo berro e um galo chama alvorada,
Reúnem tropilhas pra encilha dos tropeiros,
São os guerreiros com sua alma de estrada.”

Meu filho véio essa tropa é muy pesada,
Não é brincadeira pra chegar lá na fronteira,
Mais de trezentas cabeças e a novilhada,
não tenho a força que tropeei a vida inteira.

Eu sei meu velho, tá mais duro nosso oficio,
já não se encontram tantos bravos pra tropear,
mas tenho força no corpo como munício
pra esta lida com coragem enfrentar.

Meu pai, meu vô eu sei que ainda sou guri,
más aprendi só de olhar o a integridade.
Me levem junto pra aprender essa ciência.
Amo a querência, e vou ser homem de verdade.

(Ensina a tropa, tropa, tropeiro velho,
segue a tropa, tropa tropeiro,
não perde a tropa, tropa tropeirinho,
que nesta vida seu destino é estradeiro.)

Olha meu neto gastei toda uma vida,
tão mais comprida que esta tropa a levar.
Sei que são grandes os valores desta sina
e tua atitude vai fazer o vô chorar.

Guri essa vida nos arreio é perigosa
mas prazerosa, sempre sonho c’ôas tropeadas,
pega esse freio e os arreios do baldoso,
na tua idade o teu avô já me levava.

“Não te preocupas minha prenda voltarei!
Passa meu catre enquanto cincho as esporas,
esse guri será bem mais do que sonhei,
vai aprender o que aprendo mundo afora.

(Ensina a tropa, tropa, tropeiro velho,
ensina tropa, tropa tropeiro,
não perde a tropa, tropa tropeirinho,
que nessa vida teu destino é estradeiro.)

“Essa herança que recebo das tropeadas
é muito mais que tropear gado na estrada.
Quando um pai ensina hombridade e coração,
um filho sempre vai seguir a tradição.
Já me disseram, a fruta nunca cai longe do pé,
e tenho fé que honrarei a cultura desse chão”