Um resto de madrugada que ainda pedia pouso
( no parapeito do rancho entre a geada e o oitão)
Acendeu tocos de velas com sebos de capão gordo
Depois clareou um acordo, até acordar o rincão.

Um Buenos dias “saluda”, os que recém calçam botas
Tirando o freio na água, fria e clara da cacimba
O fogo desperta as brasas na sensatez em que estava
Talvez por que madrugava, e hay pouca história ainda.

O que sobrou do silêncio um galo quebrou no bico
Em clarinadas que a tempos já nos pega mateando
De pouca prosa e cambona, é um, dois logo se para
Que o dia meteu a cara num buçal de sol clareando

Um resto de madrugada
Um mate, dois e mais nada...
Um resto de madrugada
No más é cincha apertada...
Um resto de madrugada
Largo o meu zaino na estrada...

Pelo tropel na mangueira hay pingo escondendo o toso
Onde a forma dos cavalos, espera freio e serviço
Os mansos já tem forquilha porque a invernada se assoma
Os baguais, quem for da doma, que siga no compromisso.

Nem bem deu asas o inverno, abri as minhas do poncho
Alçando a perna num zaino, lá onde o estribo é a razão
Vai pela camba do freio um sentido e algum segredo
Num rancho de toldo negro com quatro esteios no chão.

Um resto de madrugada
Um mate, dois e mais nada...
Um resto de madrugada
No más é cincha apertada...
Um resto de madrugada
Largo o meu zaino na estrada...