Rebentou perto da argola
O buçal de couro chato
Que a santa mão do mulato
Benzeu bem tento por tento
Pra andar cruzando a estrada
"Copliando" o rumo da eguada
Na tarca antiga do tempo.
Rebentou perto da argola
Mas não foi duma sentada
Sim do peso da jornada
Sustentando bronze e aço
Nos tantos rumos da linha
Cincerro e égua madrinha
-Melodia- um só compasso.
Rebentou gasto do tempo
No tempo foi o mulato
E o buçal de couro chato
Onde o cincerro cantou
Sonorizando distâncias
Silenciou amargas ânsias
No couro que se entregou
Quem sabe num tempo novo
Um guri de alma antiga
Queira ouvir essa cantiga
Que não se ouve na estrada
E com tentos de outros tempos
Queira andar cortando ventos
Com cincerro e égua entablada.
Renascerá o mulato
E o cincerro cantador
Que o guri em seu primor
Ajeitou tento por tento
Para ser rumo e partida
E entender que a vida
deixa seus ensinamentos.
Rebentou junto da argola
E o cincerro se calou
Com cismas de tempo novo
Coplas de bronze cantou
Pela estrada ganhou vida
Junto ao guri de alma antiga
Que até o tempo entablou.