Leve-me em um beijo onde nasce o infinito
Onde a primeira gota do mar foi chorada
Onde esperam todas as palavras que não escrevi
Onde não há começo nem fim

Cure com um beijo as angústias do meu fôlego
E fere minha alma com sua pele de talismã
Beije-me e derrube os antigos monumentos
Beije-me, desencadeie o carnaval

Olhe nos olhos e ilumine as olheiras
Dessa distância que nos tem como rival
Diga-me em um abraço que a vida foi uma espera
E que eu não tenho mais que esperar

Leve-me, leve-me em um beijo
Onde não há começo nem fim

Beije-me que o sol não é mais que uma falsa moeda
E muito lentamente a cidade acorda
Beije-me que somos os dois últimos que restam
Fugindo da solidão

Leve-me para voar sobre os pássaros adormecidos
Que aninhando sonham com ingenuidade
Beije-me e me dê os méis do esquecimento
Beije-me que eu quero lembrar

Leve-me, leve-me em um beijo
Onde não há começo nem fim

Leve-me, leve-me em um beijo
Onde não há começo nem fim

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