A minha escola tem alma e tábuas
Vai com moletons velhos, com as Nikes sujas e a barba longa
Não precisa de efeitos para enfeitar o que fala
Rapeia o que vê, atira em vocês em duas palavras
Comecei a rimar de forma simples, com uma amostra e temperamento
O hobby de um adolescente dura para sempre
Um profissional desde os 15, e não se rende, entende
Que coloca suas músicas à venda, mas não se vende
Crônico insolente que usa balas de saliva
Minha escola nunca foi tendência, mas ainda está viva
Temos iniciativa, perspectiva
Se algo não nos motiva
Levantamos o dedo do meio
Falo da minha equipe, aqueles caras que tiram o fôlego
Mitologias que lançam cada escrita ao infinito
Outros agindo loucamente e eu fechando o bico
Mais perto de Kase do que de Jay-Z, não sei se me explico
Tenho o meu clã seguindo um plano para ganhar o pão
Tenho meus fãs buscando paz, em mim a encontrarão
Tanto charlatão sem mais ambição que a fama
Fatiam o preguiçoso como um croissant quando o vejo, é fácil
Sua música infantil e inútil, a minha é tátil
Não haverá bandeira branca neste mastro
Sei que o rapper de atitude nazista e hostil é frágil
Misturo minha mente com TNT, sai algo assim tão ágil
E como golfinhos, seus fins não me definem
Não pintes se não vives, não opines, não subestimes este nome
Nach rima sublime, é algo enorme, me diz
Quantos tolos fulminei junto com a sua melodia
Deixo que rime, vejo que se incham e se furam
São muitas Dianas para a minha flecha
Pensam na sua poupança e não na luta
Vão sem tocha, sem pavio
São expulsos cedo, porque logo passaram da validade
Sou homem de palavra, não me fale de números
Suas músicas secas, minhas frases úmidas
Sinceras, sem mas, sem tréguas
Sem pelos na língua que os lambe
Minha merda é tão séria quanto um derrame
Vejo que os eletrocuto e desfruto
Não há substituto se cuspo
Oito minutos de puro rap bruto
Não me importo se não toco no rádio
Eu toco nos bairros
Meus homens têm coragem
Minhas mulheres têm ovários
Mas há termos que imitam
Me irrita, buscam visitas e dinheiro
Gritam e gritam, se excitam
Depois sem mais murcham, minha música é dinamite
Decapita-os, tira o seu ego
Depois é normal que renunciem
Chego, os firo, sou puro veneno
Quando acelero entro no seu jogo, os afundo
Sou como o gelo, congelo seus ciúmes
Sofrem o dinheiro, os derrubo
Os acorrento, lanço meu trovão
Sem freio, soa e retumba, assim de rotundo
Quero apenas verdadeiros guerreiros salvando o meu mundo

Muita selva, pouco tigre
Muita pólvora, pouco calibre
Filho da puta, atira em mim
Não podes com Nach e Residente

Muita selva, pouco tigre
Muita pólvora, pouco calibre
Filho da puta, atira em mim
Não podes com Nach e Residente

Ei, ei, ei, não tenho escola
Sem que soprasse, aprendi a navegar barcos à vela
Minha rima em cima de uma cumbia de qualquer maneira impacta
Não sigo nenhuma escola porque sou autodidata
Nunca segui as regras com pistas de rap genéricas
Como uma caixa peruana, escrevi a América Latina
Meu rap não segue ordens de nenhum sargento
Filho da puta, eu criei meu próprio movimento
Que narra e sem garras te desgarra
Não cresci ouvindo a 2Pac, cresci com Violeta Parra
E quando soletrar, os educo sem quadro negro
Com apenas duas barras, as balanço sem guitarra
Não acredito em deuses do rap, muito menos em reis
Eu sou a porra da gravidade desafiando as leis
Eu sou a ordem, mas quando se desarruma
Todas as minhas linhas são curvas, sempre quebro as regras
Deitado sob a sombra de uma palmeira, relaxado
Competindo contra mim mesmo porque não tenho ninguém ao lado
Gosto de abusar dos rappers frescos
Deixo a "R" impressa nas nádegas deles
Antes de beber aquela cerveja
Facilmente os torturo
Só tiro o Instagram deles e voltam a ser inseguros
Não acredito que sua moda vai durar
As quinzeañeras que te seguem hoje
Não te seguirão quando amadurecerem
Muita selfie e pouco conteúdo
Demoram mais no vestiário do que fazendo testes de som
Seus shows são todos iguais
Poucas rimas, pouca banda, muitos fogos de artifício
Não me escapam quando escrevo
São fáceis de identificar porque se vestem com cores chamativas
Nunca vi o rosto desses pequenos rappers
Sempre os vejo de costas
Quando os coloco de quatro e levanto a saia deles
E os fodo pelos dois buracos
Sem apoio, os derrubo, ao estilo crioulo
Os transformo em caldo de galinha
A polícia me procura por assédio sexual
E por perverso porque, como Kase.O: sou um violador do verso
E a goleo, porque com as duas pernas chuto
No freestyle, desde o tiro livre, a enterrada
E sem rodeios, quando me irrito, com minha fala
Faço os hebreus falarem árabe
Às vezes entro tão rápido que não vejo o alfabeto
Os malandros eu esbofeteio
Como novela de avó desempregada
Minha língua faz acrobacias nunca antes vistas
É malabarista, todo um artista
E como Michael Jackson faz o Moonwalking pela pista
Ninguém resiste ao Residente
Quando os derruba quente, os coloco de joelhos literalmente
Como os crentes no Oriente Médio
Ajoelhe-se e reze, sou um talibã, rimando corto cabeças
Com minha habilidade, tiro o coração com a boca e o coloco na mesa
Em cima de um pão de hambúrguer
Com maionese e molho japonês
E um pouco de suco de morango
Os devoro no café da manhã, minha língua nunca tropeça
Quando se expressa, os atravessa com naturalidade
Minha sopa de letras começa, abram a represa que chegou a peça
Que falta no quebra-cabeça

Muita selva, pouco tigre
Muita pólvora, pouco calibre
Filho da puta, atire em mim
Você não pode com Nach e Residente

Muita selva, pouco tigre
Muita pólvora, pouco calibre
Filho da puta, atire em mim
Você não pode com Nach e Residente

Com Nach e Residente
Com Nach e Residente

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