Sagrado Favelado est une chanson en Portugais
(Jucy – Refrão)
Ninguém pra me trazer sorrisos,
Ninguém pra me mostrar o jogo
Sigo fazendo o que acredito
Porque ninguém aqui quer pouco
Não vem com seu discurso morno
Falar pra mim que estou perdida
Não vem romantizar pobreza
Nunca morou na minha avenida
(Onni – Verso)
A favela tem força de mãe solteira,
Antes da guerra põe sonhos na lancheira,
Costura corações soltos na trincheira,
Na linha de frente: bola e bandeira
É sobre trazer esperança prum solo cheio de ódio
A pureza das crianças blinda nossos olhos,
Ainda com pés firmados, virou bonde o que era tribo
A força que vem da mata segue viva pelos becos,
Entre mandamentos pixados nas paredes,
Aqui liderança não é posto, é postura,
Portanto jamais perca as crianças de vista,
Descolorindo a crista, descolonizando cristo,
Atividade no posto, amor é dever de casa,
Veja que somos África antes de ser Bambaataa,
Vulgo trabalhador, da raça correria,
Povo originário denominado cria,
Às seis de pé no buso lendo elite do atraso,
Sonhando em passar de fase, bendito povo kamikaze,
Manobrando todo fuso com a força de cada reza,
Alternando com sorriso, nosso nome é favela
(Tiago Mac - Verso)
Agradecido por estar vivo até hoje
Nunca foi sorte sempre foi Exú
Voltei no passado como se fosse hoje
Mac tá no falante maior zumzumzum
Reconecta com barro, de rolé no bairro
Sigo contemplando esse céu azul
E o céu de pipa tá cheio, me vi dibicando ali no meio
Lembrei que eu era só mais um
Vendo tudo de dentro do lado de fora
Maravilhado com o baile, carai, olha agora
Vendo tudo de dentro do lado de fora
No reduto de quem não conhece melhora (vai melhorar)
(Tiago Mac – Ponte)
Meu nome é favela, linhas do corpo são vielas,
Esse é o encontro de quem não gela
Eu botei uma faixa preta no lugar da amarela
E em cada ponto uma vela (2x)
Fui
(Jucy – Verso)
1996
Foi o ano que a luta começou
Tem que lugar feito uma garota meu pai me falou
Até agora eu não descansei
Um moleque de um metro e meio me chama de mãe
Entende que tudo o que eu faço é pra melhorar
E mesmo que eu cair ainda confio em Deus
Eu luto pra que os olhos dele nunca deixem de brilhar
É um passo de cada vez
É preciso ser forte, ser forte,
É, tem perigo na esquina
Eu sei
Mas eu fui treinada por fortes,
Por fortes
E eu não conto só com a sorte,
Com a sorte, não
Um degrau por vez, não pode marcar bobeira
Me chame de foda e não de trapaceira
Talvez eu seja neta de uma macumbeira
Então melhor chegar pra lá
E não é ameaça, venho avisando
Sou boa pro bem, mas se acaba o encanto
Posso ser a próxima do fim do mundo
É, essa mulher preta quer passar
Na favela
Favela, favela
(Jucy & Tiago Mac – Refrão)
Ninguém pra me trazer sorrisos,
Ninguém pra me mostrar o jogo
Sigo fazendo o que acredito
Porque ninguém aqui quer pouco
Não vem com seu discurso morno
Falar pra mim que estou perdida
Não vem romantizar pobreza
Nunca morou na minha avenida (2x)