Ei Manu, volta para casa
Há lágrimas cheias na tua cerveja
O bar vai fechar
E tu estás a irritar a dona
Eu pensava que um cara de couro
Não podia chorar
Eu até pensava que sofrer
Não podia acontecer contigo
Eu esqueci que as tuas tatuagens
E a tua lâmina de faca
São principalmente uma armadura
Para o teu coração de alcachofra

Não brinques, Manu
Não vás cortar as veias
Uma mulher perdida
São dez amigos que voltam

Todos nós estávamos comprometidos
Quando tu estavas sozinho
Dizias "estou aborrecido"
"Quero salvar a minha cara"
Encontraste essa mulher
Que não era para ninguém
Disseste que ela era para ti
Ou então há um erro
Foste um pouco rápido
Para tatuar o nome dela
No lugar onde pulsa
O teu grande coração de grande idiota

Não brinques, Manu
És tu que me fazes sofrer
Uma mulher perdida
São dez amigos que voltam

Vou te dizer, somos lobos
Somos feitos para viver em grupo
Mas definitivamente não em casal
Ou então não por muito tempo

Nós outros há muito tempo
Que largamos as nossas pequenas
Tu ainda estás preso
Com a tua e estás assustado
Ei Manu, viver livre
É muitas vezes viver sozinho
Pode doer no estômago
Mas é bom para a cara

Não brinques, Manu
O ódio não serve para nada
Uma mulher perdida
São dez amigos que voltam

Ela não está mais apaixonada
Manu, tens que te arrancar
Ela não pode ser feliz
Nos braços de um apache
Quando lhe dizes "eu te amo"
Se ela te pede fogo
Se ela tem dor de cabeça
Assim que está na tua cama
Diz-lhe que estás arrependido
Que deves ter errado de calçada
Quando a encontraste
Deves ter-te enganado de história

Não brinques, Manu
Não vás cortar as veias
Uma mulher perdida
São dez amigos que voltam

Não brinques, Manu
O ódio não serve para nada
Uma mulher perdida
São dez amigos que voltam

Ei, não brinques, Manu
És tu que me fazes sofrer
Não brinques, Manu
Vamos, vem, Manu
Vem, Manu, vem

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