Ei
Com a verdade se vai longe
Sobe, sobe meu filho aí, um pouquinho
Ei, em nenhum

"Cuide-se da inveja, meu filho"
Olhando-me nos olhos, minha velha, descanse em paz, uma vez me disse
E que razão ela tinha ao me alertar sobre esta vida suja
Não crie corvos, ou eles arrancarão seus olhos de suas órbitas
Percebi que a verdade é tão relativa
E a realidade é tanta mentira
Cães tentando invadir minha propriedade privada enquanto eu dormia
Procurando roubar minhas mulheres, meu dinheiro, minha comida

"Maldito seja o homem que confia em outro homem"
Grande verdade se esconde nessa frase
Sinto-me como um louco ainda tentando confiar
Em alguém no planeta da hipocrisia

Valha-me, sou um iludido! Tão bravo que me dou
E o abuso é natural que usem contra mim
Mundo sujo onde todos pensam apenas em si mesmos
Malditos mil vezes, marionetes do egoísmo

Esta é para você, para você, você que me traiu
Você me dá a mão, com sua cara de "eu não fui"
E eu inocente te dei porque ainda não sabia
Que seu risinho vinha com a data já vencida
Esta canção não é para ninguém
Que não tenha vontade de matar alguém por ser falso e filho da mãe
Outra mão com punhal nas minhas costas
A mão de um tal irmão, irmão que minha mão costumava apertar

O mais traidor pode estar bem na sua frente
Bebendo suas cervejas, ou compartilhando seu jantar quente
Espero que se afoguem aqueles que sempre mentem
E uma vez no inferno, que queimem para sempre
Nunca tinha pensado que seu sócio pode ser um sujo
Que por um negócio pode te dar uma facada
Meu braço me diz que o amor me levará longe
Mas o ódio me ensinou a ser um lince, nunca um idiota

Com os dedos de uma mão eram contados
Os que essa mesma mão por eles entrava no fogo
Agora por um urubu em pele de cordeiro,
Canserbero está pensando em ter que cortar um dedo
Por isso já não acredito nem no meu travesseiro
Nem na minha sombra, ou seja, em nada
Nem mesmo acredito no meu velho
Se algum dia eu te disser que acredito em você
Não acredite que eu acredito em você porque já, não acredito nem no meu reflexo
Se você está procurando uma mão amiga comece pelo seu braço
Isso eu aprendi a base de socos
Espero que minha vida seja longa para ver quando a sua falhar
E pisar na sua mão quando você me pedir para te levantar, meu parceiro

Sou simplesmente inexpressivo quando escrevo
Já quase não bebo rum, mas vinho e de coração digo
Que a suja vingança mata a alma e a envenena
Mas quando se trata de traição sim, vale a pena
A palavra vale, a armadilha sai
Os meninos se olham nos olhos para dizer verdades
Deixe-a passar quando perder a batalha, essa não é a guerra
E se alguma te falhar, troque-a por cadela
Ponha merda no sangue, pedra no coração
Aumente o volume, repita-me a oração
"Maldito seja o homem que confia em outro homem"
Os que traíram, lembre-se de seus rostos e nomes

Só há uma coisa em ti que admiro
E é como sendo tão duas caras você ainda consegue dormir tranquilo
Por minha parte, bem, eu sorrio, mas pela minha mãe que não é bom
Ter o Canserbero como inimigo
O bairro não passou em vão
Como Willie Colón, no fundo do meu coração sou mau
Esses malditos cagapalos pensam que eu não estou claro
Que não são uns filhos da mãe meus irmãos
Eu sou a vida e a morte, e não acredito em nada
Nem em lendas vivas, nem em lendas mortas, nem ressuscitadas
Eu sou real como Bolívar e sua espada
Dando punhaladas nos hipócritas por suas fachadas
Não me importa a cultura, putas e fama
Esta canção não é para que grude, já tem verdade grudada
Viverás trauma quando não tiveres amigos
E notas que as que te dizem que te amam me olham com desejo
Não me importa o flow e as habilidades
Eu sou tosco, não consigo rimar se não for real
Deus queira que não encontres González lá fora
E te convide para um jogo até que um de nós dois morra
Um filho da mãe, cavalheiro, certo?
Se puder, te apunhalo até com o lápis que usei para o tema
Farsantes, há mais do que moscas onde você cagou
Ou mau cheiro onde você mijou, sem metáforas? Bastante

Uma mão te corta a outra, como disse Tempo
E as ações não são levadas pelo vento
Que Cristo te perdoe se existir
Porque se depender de mim posso cantar isso enquanto mijo em seu túmulo triste
Que levante a mão quem não acredita em ninguém
E se ninguém levantar, eu levanto
Espero que morras, antigo compadre
E nos vejamos no inferno para te matar de novo

Deus não pode duplicar o que penso quando te observo
Porque mais de uma vez não posso entrar no inferno
E não me chames de "teu irmão"
Que para ti sou Canserbero
Rolitronco 'e mamagüevo

"Cuide-se da inveja, filho"
Olhando-me nos olhos, minha velha, descanse em paz, uma vez me disse
E que razão tinha em me advertir desta vida suja
Não crie corvos, ou arrancarão seus olhos de suas órbitas

Pare de chorar, maldita puta
Que eu não derramei lágrimas

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