Ato o gateado ao palanque
no abraço do cabresto,
vou campeando algum pretexto
- um ""buenas tarde"" companheiro
piso riscado de esporas
na calmaria das horas
dos domingos balconeiros

o baeta sobre a anca
e a cincha froxa no peito
vaqueano assim de tal jeito
adentro bem de mansinho
com meu bilontra tapeado
no balcão bem escorado
golpeio um trago de vinho

a cada trago de vinho,
se retrata uma cena
os olhos da minha morena
a dona do meu amor
que vejo ao fundo do tinto
e mais gaúcho me sinto
pra seguir no corredor...

há corredor de campanha
nalguma boca de estrada
tem o rancho da amada
no quadro de uma janela
com olhos ""firme"" a distância
campeando este peão de estância
que leva uma flor pra ela

e por certo uns caramelo
vou mascando a lo largo
pra adoçar o gosto amargo
do vinho que vem do povo
e um abraço pra ela
que me espera na janela
com cara de mate novo