Ouvi teus passos ao longe,
Mas eram parte de mim...
Chamando teus horizontes,
Do mais distante confim.
Te esquivas, toda baldosa.
Negaceando meus carinhos,
Num misto medo e entrega
Cruzamos nossos caminhos
As solidões renegadas,
Que atavam alma e poesia
Se foram nas alvoradas
Do teu sorriso de dia.
Se tens receios na estrada
Vem desse medo, que cega
Mas que prepara tua alma
Pra o ato pleno da entrega.
Não me refuga, sestrosa...
Minha alma é teu parador;
A vida é maravilhosa
No campo imenso do amor!

O mel que verte dos olhos
Me adocicou de ternura...
Os passos, que eram distantes,
São a presença mais pura.
Pois vi tua alma sestrosa,
Desnublando as incertezas;
Teus sonhos, em verso e prosa,
Jorrando paz e clareza.
Não falo da tua beleza,
Maior que cada palavra;
Mas falo dessa pureza
Que vem brotar da tua lavra.
E vamos batendo estribos,
Já sem receios ou medos...
Só a eternidade de tiro,
Guardando nossos segredos.