Eu não esperei
Os dias de calor intenso
Para sentir nossos corpos queimando
Nossas línguas em chamas, meu príncipe, meu deus
Ouço nossos membros crepitando
Do fogo da dinamite

Todos os dias, eu aguardo o ápice
Estou com fome e sede de muitas coisas
Vou te tocar até o desgaste
Mãos ondulantes sobre nossas peles
Vejo suas veias pulsando
Um rio invisível se agita
Na alcova se encaixam
Todos os nossos fluidos magnéticos
Os pecados se acumulam
E nossos corpos se entrelaçam

Eu te toco, você se entrega
Ao nosso redor, tudo nos escapa
Nossos demônios fervem, nos dilatamos
Pulso acelerado, nossos olhos piscam
Acima dos pedaços de pele
Que examinamos com os olhos semi-fechados
Dez mil tremores ao crepúsculo
Em ondas sedosas nos inundam
Ouço nossas células tremendo
Nossas vidas num piscar de olhos se eclipsam, se eclipsam

Eu não esperei
Os dias de calor intenso
Para sentir nossos corpos queimando
Nossas línguas em chamas, meu príncipe, meu deus
Ouço nossos membros crepitando
Do fogo da dinamite

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