O último barqueiro
Pardito passara a vida deixando n’agua seu coração
Cortando na pá do remo o rio do tempo na embarcação
Um dia chegou a ponte, morreu o ofício de cruzador
O barco ficou na margem feito madeira já sem valor
Barqueiro de mãos vazias, já sem valia também ficou
Pardito nada sabia de outras margens no além do rio
Cruzara sua vida inteira em mormaceiras, manhãs de frio Levando e buscando gente desde a barranca até o cais Agora mirava a ponte com o progresso que tudo traz...
E trouxe o fim do serviço pois seu ofício não existe mais
Rema, leva teu mundo numa canoa Numa saudade
De um tempo antigo
Onde recordo tua clara imagem
Vencendo as águas entre essas margens
Do rio que eu levo dentro de mim.