Aí mano em Mogi das Cruzes, na Vila Jundiaí, no Jardim Planalto,

Na favela do sapo roco, na favela de Jundiapeba

A morte aparece do nada, de lata cinza, vestida de farda

Na madrugada, dentro da tática as 12 e na mão as quadradas

Chegam sem nenhuma razão, dando bicudas na canela

Coronhadas na cara, fazendo a gente deitar no chão

Passando humilhação, mas aí ladrão, agora o circo vai cair

E o cabelo vai voar, porque muito louco ou não, é nós que tá

Nos corre louco, no bangue doido, atrás de um troco é nós que tá

Sem saneamento básico, vivendo na miséria

Sem um governo digno, com policiais corruptos

Esgoto a céu aberto, é nós que tá

Deus cria e a rota mata, é a lei da ditadura

Sem dar motivo algum, em uma rua escura a caça é você

Não fique para ver, entre o começo e o fim

Um longo rastro de sangue

Nas ruas de sangue, do Jardim Planalto, o perigo é constante

Traficantes trocam tiro com a guarnição

Tem sangue na farda, tem corpo no chão

Suspeito sei que eu sou, mas estou ligeiro

É um, dois pra morrer, na rua cê pode crer

Um, dois, Deus é mais, sai pra lá eu quero é paz

A polícia nos maltrata demais, são incapaz

Uma .40, faz estrago no peito

No peito, no boletim um suspeito morto a esmo

Era traficante e trocou tiro, é muito fácil forjar igual forja a laranja

Ta na banca de criminoso, vai também para tranca

Na frente do juiz me diz qual vale mais

A sua ideia ou a do gambé, fale rapaz, salve rapaz

Tô pressentindo um enquadro na calada

Mais um PM filho da puta com sangue na farda

Avisa a minha mãe que desta eu não vou voltar

Infelizmente é a polícia não tem como escapar

Ra tá tá tá... tá tá

No Carandiru tem tiro na cabeça,

As marcas de sangue molham o chão da cadeia

Os caras é tratado como caça aos animais

Mas os irracionais é os policiais e digo mais

Não deixe sua quinta série abaixar sua moral

Policia é irracional, pegam qualquer arma e vão para a rua

E que se foda, matam qualquer um

Dona Maria, eu tenho uma notícia chata

Quem dá o aviso é um PM com sangue na farda

Tô pressentindo um enquadro na calada

Quem não deve não treme, esse é o lema

Mas até inocente morre, esse é o problema

Eles querem ganhar moral, empunhando arma fria na mão

De farda cinza no camburão, despreparados para a ação

Maldita burguesia, na mão já tá bolado

Olho para trás, é a coral invadindo a quebrada 157 já puxou cadeia, dá perdido

Coronhadas na cara, bicudas na canela

Mas graças a Deus, não nos jogaram pra debaixo da terra

Sua sujeira arrombado vai além, abastecer bocada é foda ouça bem

Loira burra, Toninho, Gaguinho, apavoraram nossas áreas por alguns tempos

Naninho Jardim Planalto, William e Nico Vila Bela Flor

Três manos, que é finados e não faz mais parte da banca

Curta metragem que a TV não viu, mortos a tiros e o sistema aplaudiu

Tô pressentindo um enquadro na calada

Mais um PM filho da puta com sangue na farda

Avisa a minha mãe que desta eu não vou voltar

Infelizmente é a polícia não tem como escapar

Ratá tá tá tá... tá tá

De farda cinza, boina e canhão na mão

Ganha lá na esquina, quem vem na escuridão