Um sol veraneiro

-De fritar cigarras-, 

Peçuelo no pingo

Por regalador.

Jeito romanceiro

Que aperta o passo,

Ao mesmo compasso

Do sagrador.



Avisto na volta

Um rancho Barreiro,

E o João, companheiro

Pelo corredor.

Roubava pitangas

pra levar pra ela,

Num gesto simplório

Do mais puro amor.


Assim é a sina

De quem estradeando,

Carrega os pedaços

Qual água e a sanga.

E assim é a saudade

Qual junta na estrada,

Que há muito cansada,

Rejeita a canga.


Ah, se o pingo soubesse

Da saudade que trago,

Da estrada que falta

Pra o teu olhar.

Cruzava a restinga

Num trote charqueiro,

Chegava ligeiro

Pra te encontrar.


Uma flor de regalo,

Um corte de chita,

Laranjas maduras

Da cerca lindeira,

E do “Bar do Juca"

O doce de “abobra",

- Pra os piás alpargatas

Lá da fronteira

-.
Mais uma chamarrita

De assoviar pela estrada...



E o rancho destino

Já espera enfeitado

Com doce perfume

Da flor do alecrim.

E a lua matreira,

Rodeada de estrelas,

Reflete ao sereno

Da rosa carmim.

Ah, se o pingo soubesse

Da saudade que trago,

Da estrada que falta

Pra o teu olhar.

Cruzava a restinga

Num trote charqueiro,

Chegava ligeiro

Pra te encontrar.


Uma flor de regalo,

Um corte de chita,

Laranjas maduras

Da cerca lindeira,

E do “Bar do Juca"

O doce de “abobra",

- Pra os piás alpargatas

Lá da fronteira

-.
Mais uma chamarrita

De assoviar pela estrada...