O homem tropeiro tinha orgulho de sua lida,
a sua vida num vai e volta sempre lento.
o seu sustento sobre as patas dos cavalos
dando estalos, sem fraquejar um momento.

O João das Tropas, negro Eustáquio o velho Ari,
e eu guri, aprendendo com estes queras
que nesta vida nada nos vem de regalo
e um soldado só pega nome nas guerras.

O João das Tropas, capataz da comitiva
o velho Ari vai ponteando em buena encilha
o negro Eustáquio culatreando lá se vai...
e eu cantando vou chamando um sapucaí!

“Bamo” peonada botar a tropa na estrada
chama na ponta que aboiada atente o grito
mete o cavalo não deixa “ganha” as picadas
fim de semana chegaremos no destino.

O homem de hoje vai buscando a mesma paz
que a tropa traz e leva sempre estrada afora...
Vive nas sangas, nas vertentes que lhe invadem
mora no campo e não nas ruas da cidade.

Por isso até hoje, eu sigo a lida tropeira,
pra vida inteira guardarei ensinamentos
que aprendi pra repartir com os que virão:
Os meus irmãos que das tropeadas tem sustento.