MEU BRAGADO LUA CHEIA

Meu Bragdo Lua Cheia
Trote manso e queixo atado;
Tem a estampa de bom pingo
Mosquendo um cacho quebrado.

Marca os passos no caminho
Por primeira vez que veio;
Rumo ao rancho de um carinho
Sob a forma dos arreios.

Mal espia a própria sombra
Que desenha o corredor;
E “as vez” se assusta do abano
Dos flecos do tirador.

Escutando meu silvido
Na milonga com motivos
Que escolhi pra o corredor
Olfateando a rubra flor;
Que vem junto a mão canhota
Perfumando a rédea chata
E um ‘poemita’ de amor.

Meu Bragado Lua Cheia
Sobre o céu dos meus motivos;
Repetindo em cada braga
A mesma prata do estrivo.

E outra lua que eu queria
Pra entregar talvez pra ela
Que me espera em seus encantos
Debruçada na janela.

Chega em frente a flor do rancho
Cuidando a sombra do chão;
E eu apeio entre um sorriso
Com um poema pelas mãos.