Estou como o dia
e logo hoje foi chover
Passa gente e eu
vou de água nos olhos -
- talvez o céu ainda abra
E de alma azul me apanhe em falso.
Que sei eu?
Como vou?
Vou andando... Vou!

Ó homem,
Se és rato és perro,
Se és perro és burro,
Se és burro és rato!
A morte não é vida nem bem vinda:
É certa!
Vira, burro!
Vira, rato!
Vira, perro!
Vira vira lá! Vá!!

Lá vai o rato
Correndo na roda
Sempre em frente,
nunca à ré
Oh, bicho de fé!
Vira, rato!

Lá vai o perro
De cauda na mira
Sempre às voltas
Da barriga.
Não vás por aí!
Vira, perro!

Estou como o dia
e logo hoje foi brilhar
Passa gente e eu
vou de lume nos meus olhos -
- talvez o céu ainda chova
E de alma-a-ré me apanhe em falso.
Que sei eu?
Como vou?
Vou andando... Vou!

Oh homem,
Se és rato és perro,
Se és perro és burro,
Se és burro és rato!
A morte não é vida nem bem vinda:
É certa!
Vira, burro!
Vira, rato!
Vira, perro!
Vira, vira lá! Vá!!

Lá vai o rato…

Lá vai o perro…

Lá vai o burro
Cenoura no isco
Sempre ao mesmo,
nunc’ atrás.
Lá vai pertinaz!
Vira, burro!