No tempo da fidalguia
O marquês já bem bebido
Caiu partiu o frontal
Foi parar ao hospital
E levou um olho de vidro
Caiu partiu o frontal
Foi parar ao hospital
E levou um olho de vidro

E a história que eu vou contar
Contou meu tio Zé Repolho
Ao marquês que era do fado
Chamavam-lhe o embuçado
O embuçado zarolho
Ao marquês que era do fado
Chamavam-lhe o embuçado
O embuçado zarolho

Mas quando vinha da borga
O embuçado à maneira
Tirava o olho com mágoa
Para dentro dum copo de água
Que tinha na cabeceira
Tirava o olho com mágoa
Para dentro dum copo de água
Que tinha na cabeceira

Mas certa noite enfrascado
Com securas o zarolho
Às escuras sem uma pilha
Deitou a mão à vasilha
Catrapus o bebeu o olho
Às escuras sem uma pilha
Deitou a mão à vasilha
Catrapus lá foi o olho

O olho andou às voltas
Nos intestinos a nu
Mas por azar malfadado
Desceu ficou encravado
Mesmo no buraco do cu
Mas por azar malfadado
Desceu ficou encravado
Mesmo no buraco do ânus


O marquês foi ao hospital
O médico olha e sorri
E diz o médico pr'ó zarolho
Desde que estou aqui de serviço
Já vi várias vezes
Tenho visto cus gordinhos
Uns pretos, outros branquinhos
Mas com olhos nunca vi
Tenho visto cus gordinhos
Uns pretos, outros branquinhos
Mas com olhos nunca vi