Acordei cedo café biscoito maizena
Massa, mistura na trena
Prumo parede e reboco pra casa
Pausa pra bóia e cigarro, no bolso nem um trocado,
Dia útil recebo virou boleto, aliado
Nó na garganta desato,
É o colarinho estalado, lata a 2,50,
Deu minha hora aliado
Batendo ponto e no ponto do coletivo
Outro Carlton que é sexta feira e coletivo pra variar lotado
Subi na Avenida das Rosas procurando belas flores
Só vejo sofrimento o buraco no bolso gerando lamento
Como eu faço sem dinheiro no momento,
A solução é dar o papo, chefe descola outro aumento
Garoto, segura esse documento,
As contas da empresa tão difíceis no momento
Você pra essa empresa é inutil é meu lamento
Tu tá pensando em breja e eu pensando no preço do documento
Refrão:
Quem me contratar
Vai ter o melhor peão
Pode apostar, jogue o b.o. na minha mão
Sem duvidar, não faça isso patrão
Vou te mostrar
Quantos boletos pra fazer um homem livre

Mas é segunda feira
Sem vitamina na geladeira
E o Banco do Brasil passou a mão na minha carteira
Será que eu sigo a vibe, babilônia sucção
Ou eu deixo esse medo todo do bicho patrão,
Que loucura, cada letra uma textura
Será que eu sou poeta, um arquiteto da literatura
Vivendo assim de frase ou na viola ouvindo a base
Sou empregado dessa arte sem carteira aspa ou crase
Passa logo a bic que eu quero fazer dinheiro,
Paga-me pelos meus versos que eu salvo meu mundo inteiro
Será? Tão errado, eu com meus vícios resguardados,
Mas todo mundo é humano eu mundano, mas todo errado,
Tô cansado da hipocrisia, seres mundanos,
Me contratem não peço demais é o preço do pano
Que risca 1 Verso Paralelo separado do sistema
Trouxe rima de verdade que te livra dessa algema

Quem me contratar
Vai ter o melhor peão
Pode apostar, jogue o b.o. na minha mão
Sem duvidar, não faça isso patrão
Vou te mostrar
Quantos boletos pra fazer um homem livre