Eu sei que você é livre para ir, como também para ficar
Até que afinemos gestos e esqueçamos a linguagem
Que baste com o olhar para dizer que te amo
Que baste com um suspiro para decifrar seus medos

Talvez por isso você vá, talvez por isso volte
Pela nova seriedade insuportável que nos aterroriza
Por isso este manter o esquecimento à solidão
Mas é que quando vamos, os dois olhamos para trás

E pode ser que isso seja verdade e um dia eu também irei
Que o amor não dura um século e o rio não corre ao contrário
E pode ser que estejam errados, e o medo nos pregue uma peça
E para nos poupar dores o vento nos deixe para trás

Eu sei que você certamente encontra um beijo que saiba igual
Aos meus lábios que agora te chamam baixinho para não enfrentar
Que eu te proponho um trato porque já não aguento mais
Com essa constante tentativa de fugir para voltar

Proponho nos olharmos devagar e fazer da pele um lar
Fugirmos a céu aberto, refazer nossa ideia do mar
Voltar a inventar o tempo, deixar as armas em paz
Dar sentido ao movimento de um passo que não vai para trás

E pode ser que isso seja verdade e um dia eu também irei
Que o amor não dura um século e o rio não corre ao contrário
E pode ser que estejam errados, e o medo nos pregue uma peça
E para nos poupar dores o vento nos deixe para trás

E pode ser que isso seja verdade e um dia eu também irei
Que o amor não dura um século e o rio não corre ao contrário
E pode ser que estejam errados, e o medo nos pregue uma peça
E para nos poupar dores o vento nos deixe para trás
Nos deixe para trás, nos deixe para trás

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