Outra vez teus olhos me dizem te amo e outra vez um beijo
E outra vez as mãos que ficam apertadas
Decidindo os sonhos que chegarão amanhã
Outra vez se me esquece metade da vida
E o silêncio se instala e os medos se perdem
E outra vez a janela ficou aberta
E outra vez eu contigo até que amanheça

Outra vez as mesmas histórias longas
E outra vez nada começa e outra vez eu demoro
E me procuro entre gritos que quase não me olham
E me perco entre mitos que decidem minha vida
E outra vez o que acaba e outra vez a pressa
E outra vez o domingo encontrou meu sorriso
E eu fico sentado te olhando na calma
Que sorte de te ter
Pra não perder a calma
Pra não perder a calma

Água salgada
Percorrendo os portais
Água salgada que se mistura com a brisa
Minha camisa se molha e as janelas rangem
Vou brincando de quem não sabe e tua risada me contagia
Pra não perder a calma

Outra vez me descubro atordoado perseguindo uma ideia
E outra vez a maré que muda de sentido
E outra vez os que impõem e os que não se desculpam
E outra vez uma culpa, um silêncio e um medo
E outra vez eu não posso e outra vez não é minha vez
E outra vez me descubro debaixo da minha roupa
Aceitando idiotices e sonhos que não quero
E outra vez eu me digo ao ver meu fantasma
Que sorte de te ter
Pra não perder a calma
Pra não perder a calma

Água salgada, entre meus olhos claros
Água salgada, no beijo que me deste
Tu te enredas com minhas mãos e eu me perco contigo
Que bom que estás comigo e suspirar ao teu lado

Mas outra vez tu te escondes e outra vez tu me negas
E o coração se me quebra
E outra vez o demônio
E outra vez essa gente
E outra vez tenho medo, medo de te perder
Até outra vez sentir que continuas sendo minha
E me perder de novo entre tua fantasia
Como é preciso dar à alma, para não se perder
Pra não perder a calma
Pra não perder a calma
Pra não perder a calma
Pra não perder a calma
Pra não perder a calma

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