Eu sonhei com strass, lantejoulas e glória
De noites de champanhe no meio de um tapete de estrelas
Eu quis ver, o lado oculto do sol
E eu teria vendido pai e mãe por um pouco de grana
Mal saí do ovo, voei em direção à luz
Perdi tudo em um blefe, me privaram da sobremesa
À maneira de Ícaro, deixei minhas asas lá
Tenho apenas vagas lembranças e arrependimentos em abundância
Imagens tremidas em cinemascope
Onde a vida se consome na velocidade de um cigarro
Tenho apenas uma velha bituca que queima a ponta dos meus dedos
E aspiro para que ela não se apague

Eu pego a vida no ar
Sem pensar no amanhã
É uma corrida louca
Da qual ninguém volta
Eu pego a vida no ar
Antes de ir embora
De alçar meu voo
Para a eternidade

Ideias em tinta preta escaparam de uma pena
Que aliviam minha dor tão pesada quanto uma bigorna
Para enganar o tédio, envio palavras ao ar
Sonetos e rimas e versos
Que fazem vibrar a atmosfera
Palavras saídas de uma guitarra
Palavras que ficarão no parlatório
Palavras violentas, palavras de esperança
Palavras de amor

Eu pego a vida no ar
Sem pensar no amanhã
É uma corrida louca
Da qual ninguém volta
Eu pego a vida no ar
Antes de ir embora
De alçar meu voo
Para a eternidade

Eu pego a vida no ar
Sem pensar no amanhã
É uma corrida louca
Da qual ninguém volta
Eu pego a vida no ar
Sonhos voaram
De lantejoulas, de glória
Eu peguei a vida no ar
Eu pego a vida no ar
Sem pensar no amanhã
É uma corrida louca
Da qual ninguém volta
Eu pego a vida no ar
Antes de ir embora
De alçar meu voo
Para a eternidade
Eu peguei a vida no ar
Sem pensar no amanhã
É uma corrida louca da qual ninguém volta
Eu pego a vida no ar
Antes de ir embora
De alçar meu voo
Para a eternidade

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