Não é bem o que eu sonhei na flor da mocidade
Fronteiras ultrapassei e até mudei de cidade
Desbravei as minhas vontades degustando o amargo e o mel
Mas persisto na ambiguidade sem entender o meu papel

As angústias me acusam de perdas irreparáveis
Coleciono mais danos do que felicidades
Escalei minhas idades entre um e outro amor
Mas é no poço da soledade onde entendo quem eu sou

Toda poesia que antes me regia para as alegrias juvenis se foi
A melancolia agora é companhia no chão da minha vida infeliz e de dor
Todavia insisto em me procurar e quem sabe me achar na esperança de um dia seguinte
Mas enquanto não acho vou recordar da inocência pra sonhar que eu tinha antes dos vinte

Quando encaro o vazio percebo reciprocidade
E todo esse veneno eu bebo feito conhaque
Desfaleço a cada contagem que grisalha meu espírito
Mas prometo ser covarde se pensar em puxar o gatilho

Toda poesia que antes me regia para as alegrias juvenis se foi
A melancolia agora é companhia no chão da minha vida infeliz e de dor
Todavia insisto em me procurar e quem sabe me achar na esperança de um dia seguinte
Mas enquanto não acho vou recordar da inocência pra sonhar que eu tinha antes dos vinte

Mas enquanto não acho vou lamentar enquanto eu puder achar quem queira ainda ser ouvinte