Quando o Rio Grande dos velhos
Calçou o garrão na trincheira
Desfraldou uma bandeira
Que fez sombra pra nação
Moldou de guerra e civismo
A terra que tinha dono
Fez da pátria o seu trono
Ante o calor de um tição.

Foi nestes tempos de quebra
De rusgas e escaramuças
Que a garganta das garruchas
Rasgaram mapas no chão
Refazendo outros traçados
Demarcando o que era nosso
Onde um lenço no pescoço
Mandava no coração.

Uns diziam que foi barbárie
Outros que os tempos pediam
O certo é que nos ouviam
Nos tratavam com respeito
Foi-se alongando as divisas
Erguendo outros horizontes
Era o Rio Grande gigante
De talabarte no peito.

A Palmeira não abre mão
Na defesa da mãe pátria
De fiador... ou de culatra
Mas, ali junto presente
Recrutou filhos e netos
Dos que já vinham peleando
Pra continuarem honrando
A estirpe de nossa gente.

Sinto o sangue provisório
Em cada rosto que vejo
No tranco de cada andejo
No abraço de cada peão
Provisório e identidade
Para um filho de palmeira
E como um moirão de porteira
Na estância do coração.

A ti irmão palmeirense
Que sustentou meu país
Os versos de um aprendiz
Que te saúda reverente
Que veio aprender história
No convívio do teu povo
E encontrou um Rio Grande novo
Na alma da tua gente.