Meu chão é um rosto marcado no espelho desta querência
Ali, foi escrito o passado e o gaúcho viu sua essência
É um livro onde a poeira descansa, mas não apaga as pegadas
Berço de mais esperança, sonho, trabalho e morada!!

Meu chão, recorro a cavalo, em cada légua estendida
Divino e precioso regalo que testemunha a minha vida!
É a trança imprecisa que tem o meu desparelho destino
Invernada grande pra o homem e o pátio que tem o menino!

Pedaço de campo e de céu com suas barrancas costeiras,
lugar de força em tropel, que empurra a sina campeira!
Abraço que guarda a semente, fonte de pátria e rincão
a alma gaúcha é vertente do amor que tenho ao meu chão!

Meu chão é crioulo candeeiro, quando o horizonte incendeia
É onde o costume campeiro ainda corre nas veias...
Tingido verde e vermelho, meu chão é poncho estendido
Cardando o silente conselho de dar pra Terra, um sentido!

Meu chão é início e é fim de tudo o que penso e faço
Solo sagrado pra mim, sereno singelo pra o laço...
É onde plantei meu cantar pra safra da arte que tenho
Riqueza que guardo no olhar, pra recordar de onde venho!