Tenho silêncios guardados...
Aprendo quando me calo.
Apenas comigo eu falo
nestes momentos sagrados.
Quantos verbos revoltados
querendo saltar pra fora
e tumultos... Mas que, agora,
já viraram calmaria,
luzindo paz e alegria,
mandando a tristeza embora!

 
Fui compreender só na hora
que muitos gritos guardei.
Manter silêncios é a lei
que hoje me revigora;
uma outra aura aflora
nos fundões desta querência.
Observar é a essência,
falar só o necessário
e fluir no imaginário
do que chamo de consciência.

 
Assim me faço aprendiz...
Sou só ouvidos atentos,
buscando os ensinamentos
para seguir mais feliz;
quem se agranda no que diz
às vezes, fala bobagens...
Vou contemplar as paisagens,
deixando as mágoas pra trás
e seguir ouvindo mais
o silêncio e suas mensagens.

 
Guardo silêncios contidos
nas profundezas da calma.
São a base da minha alma,
garantia de infinitos;
apontam rumos benditos,
conjugando o verbo amar;
me ajudam a contemplar
nesse silêncio profundo,
a plenitude do mundo
que ganhei ao silenciar!