Busque o renascimento a todo o momento
O aprofundamento vem com entendimento
Não gaste o tempo, invista o tempo
Pois a vista a vida te cobra por dentro
Pra que dedos não te apontem pra que eles não te afrontem
Não conte os dias, faça com que os dias contem
Amanhã, hoje já é ontem
Tudo que nós temos é o instante
Da ponte pra cá ninguém quer ser coadjuvante
Então sempre sigo avante
Até liguei pro Monet pra dizer o que é impressionante
A realidade é bem mais chocante
E eu vou com a força de um retirante
Veja Portinari, peço pra que pare agora então repare
Tudo igual ao que era antes por isso sempre adiante
Então cante pra que encante, saiba que o tempo é cicatrizante
Revelação, meu coração anda radiante
E eu to pronto pra tudo que vem depois
Mantenha o respeito dizia D2
Caravana segue, cachorro só late
Agora no jogo, toma um chocolate
To Willy Wonka, covarde se arde
Sobe o morro, mas só manda bala
Onde nem diz para, ele só dispara
Meus amigos não jogaram vôlei, mas viraram manchete
Onde aviãozinho nunca arremete
Quase todo dia isso se repete
Olhe pro espelho, antes de falar reflete
Pois foi tanta bala que a favela tá com diabetes
E para que problemas porte mesmo sem suporte
O fraco bebe um forte onde a vida flerta com a morte
Não se conta com a sorte na corrida por malote

Do meu sangue fez-se o verso
Esse é meu universo
Nós vivemos ao inverso
Seguindo na contramão
Não, espero compreensão

Playboy queria ter nossa essência
Mas não aguenta a nossa vivencia
Tanta correria traz experiência
Que ironia, o mundo tem tanta
Largou a escola acertando conta
Sem microfone onde a bala canta
Então, tem que ter disposição
Na química da favela
Observe a sublimação
Numa vida dura, virou vapor
Onde aviãozinho não é aviador
E falcão não é jogador
Nada de franco tem o atirador
Na sociedade silenciador
Pros erros da vida não existe apagador
Então no corre eu to
Tipo baile da antiga eu sou corredor
Se questione, não se emocione
Pra que solucione, se posicione
Contra o que te afronta, não se amedronta
Se tu quer a fruta, então rega a planta
Ficar esperando, nunca adianta
Segue a caminha, vida não remonta

Do meu sangue fez-se o verso
Esse é meu universo
Nós vivemos ao inverso
Seguindo na contramão
Não, espero compreensão

São mistérios do planeta
Que guardei no peito feito uma gaveta
Agora me liberto usando a caneta
Olhos de luneta, meu V de Vendetta
Frente ao espelho, digo me prometa
Que nada te submeta
Quando amor afeta afeto completa
Me torno amplitude da beatitude
Pois a virtude tá na atitude
Assim vejo então que
Todo julgamento é sempre em vão
Vida que eu conheço é só a minha
E quando chegar no final da linha
Nasceu sozinho vai morrer sozinho
Entre esses dois, faça teu caminho
Esquece o papo que somos rivais
Só peço paz pra todos iguais
Pois a inveja te mata por dentro
Esse rancor é aprisionamento
Sem ressentimento e nem sofrimento
O esquecimento vem com o livramento
Pois do nascimento ao sepultamento
É tão pouco tempo, esteja atento
Memento mori, mori memento!

Do meu sangue fez-se o verso
Esse é meu universo
Nós vivemos ao inverso
Seguindo na contramão
Não, espero compreensão
Cada um tem sua passagem
Sua sublimação
São altos e baixos que transformei em canção
E te apresento agora
Seja bem-vindo então