Abra os olhos ouça o que eu lhe digo
Não estar morto não é o mesmo que estar vivo
Por tudo aquilo que se sente
Eu sonhei com um futuro diferente
E por ele me entrego no presente
E é como crescer pra perceber
Que quem vê mal enxerga pouco
Quem ouve mal escuta demais
Agora não vou dizer o que não possa ser
A última coisa a ser dita
Mas não vou viver como se possa ter
A eternidade que me fora prometida

Vamos embora
Em busca da verdade
Pra que sejamos dignos
Da nossa liberdade

E teu pensamento se propagará
Pois tu és dono do que cala escravo do que fala
À lá Djavan vamos caetanear
E a sutileza da vida te surpreenderá
E não por ser exótico, mas por estar oculto e ser tão óbvio
E arte engana a morte logo todos se comovem
É preciso muito tempo para se tornar jovem
E enxergar a eternidade no fim
Onde os prazeres da carne são tão pequenos pra mim
E eu vejo soluções tão pontuais pra questões tão estruturais
Cuidado com o admirável gado novo
Pois felicidade pra ovelha meu chegado
É quando o lobo come a ovelha do lado
E pra toda nossa frustração inaceitável condição
Onde o agora é o único valor e a revolta a única ação

Então
Vamos embora
Em busca da verdade
Pra que sejamos dignos
Da nossa liberdade

E eu vejo o ciclo da água, sinto a polícia do karma
Agora nada me abala, não venha me confrontar
Que eu tô sem espaço pra perdão
Se tu entrar no meu caminho eu meto é logo a mão
Tô pra tomar tudo aquilo que é meu
Desses homens tão pequenos se sentindo como
Deus
Perdoe esse ódio que vive em mim
Mas pras feridas dessa vida agora eu to pondo fim
E é estranho de ver o que você mais ama é o que te faz sofrer
Num mundo tão confuso
Satisfeito com nada até o ponto que perde tudo
Por quem os sinos dobram então?
É por mim, por você, por todos nós irmão
Eu penso que na verdade
Enquanto um de nós tá preso
Não existe liberdade
Eu quero muito mais do que convém
É tudo ou nada
Todos ou ninguém