Com o seu fone no ouvido e o celular na mão
caminhando pelas ruas ou sentado no busão
contemplando a multidão ao clarão do sol a luz da lua
refletindo nossa vida e as diferenças minha e sua

suor corre pela testa, mais um dia: estudo e trampo
por progresso e adianto, dobro o joelho oro ao santo
pedindo sua proteção sua benção sua atenção
pras feridas da sua alma não existe medicação

luz câmera e ação, dubles do protagonismo
e no som dos olhares que refaço meu abrigo
entre os milhares existem milhões de dons
vivendo pelas sombras um roteiro tim burton

me mostra os que são, os que dizem os que fazem
diz se é no fim do arco-íris que mora a felicidade
mas diz que não é tarde e a vida não é só esse looping
entre a fumaça Snoop Dog e no telhado Dog Snoopy

se devaneei desculpe, não era pra rouba a brisa
é que to meio bipolar dias de bart dias de lisa
nem dipirona alivia e o sonrisal me da azia
parece até fantasia ou ficção essa alegria

não lembro qual foi o dia e nem a bifurcação
se divergiram as ideias, ideologias e direção
eu amante da razão ela flertando com a emoção
se mudou pro coração e eu casei com a solidão

do que vale sua grife, seu carro, seu Iphone?
se nem o melhor restaurante tem matado a sua fome?
e será que é isso que há, como faço pra voltar
as raiz te vi podar na cidade não há lugar

pra quem ousa sonhar, não há garantia na colheita
enquanto puder rimar, enquanto há tinta na caneta
os espinho nois assume, tamo atropelando o aviso
da rosa nem o perfume hoje encontra meu sorriso

são crônicas do estigma, que eu não entendo bem
me cobrando todo dia, to devendo pra ninguém
mas to bem to bem to bem to bem
mas to bem to bem to bem to bem

são crônicas do estigma, que eu não entendo bem
me cobrando todo dia, to devendo pra ninguém
mas to bem to bem to bem to bem
mas to bem to bem