Capitães da Areia is a song in Portuguese
OpalaBlack:
Cap-Cap-Cap-Capitães
Correm pela-pela capital
Esquivando sempre dos capita
Pra gerar o capital
Somos Cap-Cap-Cap-Capitães
O Cais é nosso, afinal,
Onde que não tem miséria,
Na Barra ou no canavial?
Pelos cais, nas areias,
Sempre tenho me afundado
E em madrugadas frias
As areias queimam como o sol no asfalto
Velho dilema da periferia,
Sem pai você é abraçado
E não é pelo sistema,
E sim pela magia do assalto!
De mãos leves e sangue frio
Meninos bons viram homens cedo
Esse mundo sempre foi sombrio
Nesses olhos não existem o medo
Só existem cicatrizes
De escravidão ou de capitão
Pedro Bala é macho valente
Mais brabo que São Sebastião.
Sendo bom como João Grande
Nem nada a mais, nada a menos
Porque se a bondade for muito grande
Faremos um mal a nós mesmos
São estrategista como professor
Não compreendem toda minha dor
Mesmo eu pintando todos esses versos
Cês não entendem o que é nago!
Continuam causando a nossa dor
Continuam julgando por essa cor
Continuam fazendo as mesmas merdas
E não compreendem o que meu povo passou.
Olhe pra todas essas crianças
E tudo que cês tão fazendo
O furto é fruto da desesperança
E essa árvore só anda crescendo
Dalva, não seja aventureira
Não existe aventuras nessas areias
Os olhares vivem nas cadeiras
E as tuas pernas valem as madeiras.
Tome cuidado onde os homens andam
Cuidado por onde eles comem
Muito cuidado se eles apostam
Pois, a maldade nunca dorme.
Por vários motivos que nós corre.
E eles nunca nos deram ajuda.
A cada dia que passa nossa inocência morre.
A cada dia que passa seguimos na luta!
Esses homens são os maus.
Aqui no cais só se cria os menino bom.
Nós que somos o ""doce"".
Em meio a tanto lobo mau o nego tem que ser bom?
Jovem Deive:
Nosso caso é produto do caos
Eu tô no cais pensando na fuga
O ódio vê a greve da paz
Enquanto revistam minha bermuda
Esse pacto tira vida
A bala perdida sempre arquivada
Tô armado com inseticida
Contra genocidas vulgo baratas
Outro CPF cancelado
Eles nunca tem culpa
Governador renova o contrato
Amam meu luto odeiam minha luta
O choro de uma família não desce a escada
Favela salgada mais um morredor não dão raio na pista
A bala perdida aqui encontrada
Sabotaram minha ascensão
Talvez seja culpa do trevo da sorte
Meritocracia é ficção
Se não tiver grana balão não sobe
Jovem branca viaja no preto
Jovem preto sem ficha branca
Ela curte o som do gueto
Ele foge do som dos canas
Jovem preto tenta não ser preso
Jovem branca heroína da trama
Ele nunca sai ileso
Ela se sente negra ouvindo negro drama
Vendem notícia com a nossa vivência
Fuma meu beck!
Escuta meu rap!
Bota dread fala de descendência
Mas era só mais um casaco de pele
A vida é pra quem se arrisca
Traficam com esse corpo desde a escravidão
Maldito playba levou minhas fichas
Como que fala de ascensão?
A morte é tão seletiva
Essa tu vê na televisão
Sempre revistado mas fora da revista
Meu som nas caixas meu corpo no caixão
Holográfico e holocausto
Com minha turma cê não se enturma
Isso é meu, mas, eu vou roubá-lo
Seu dedo sujo pressiona a urna
Cap-cap-capitães
Correndo pela capital
Esquivando dos capita
Pra geral o capital
Sou cap-cap-capitão
Correndo pela capital
Esquivando dos capita
Pra geral o capital