Olha pra minha cara de quem vai viver,
Racista safado nunca vai passar,
Se ceis quer a gente escravo ceis vão se fuder,
A tribo é black panther pronta pra atacar.

Olha esses manos vendendo essas fitas,
Fugindo da jaula do estado,
Olha o neguinho estudando sonhando em sair da porra do barraco,

SP é uma city racista,
Antes dos vícios, da bebida,
Das feridas dessas vidas,
Neguin magrelo eu já sofria,
Criança sem tempo pra birra,
Minha trampava todo dia,
Meu vinha só quando queria,
E sempre trazia a farinha,
Se não fosse a arte na minha vida.

Odio na mente e um três oitão,
Sei que puceis tá bom,
Um jovem negro no caixão,
Mais deus é bom então hoje não, sai fora playboy cuzão,
Se
eu tô em paz, tô não jão.

Um negros da cara fechada,
Nós que não vai esfregar sua gravata,
Mano fuderam a escola,
No farol esmola é glória,
Quem que gerou essa bosta,
Sei que não foi um africano,
Vamo mudar essa história,
E o burguês pilantra cê não tá no plano.

Olho pro céu
O meu Deus preto
Meu Deus é preto
Meu Deus é preto
Meu Deus é preto

Olho pra luta
Minha preta
Minha preta
Minha preta

Olho pro céu
O meu Deus preto
Meu Deus é preto
Meu Deus é preto
Meu Deus é preto

Olho pra luta
Minha preta
Minha preta
Minha preta

Contra o estado maldito
Me quer morto ou submisso
Indefeso no vício
Refém do suicídio
Pra risada do inimigo

Nem o tráfico
Nem o trabalho escravo
No olhar do favelado
Amaldiçoado
Na mira do fardado

Aquele mesmo quadro, no enquadro
Retrato falado
No shopping, no assalto, maldito cenário

Meu boot, no bairro
Minha casa alagada
Invadiram o barraco
Lágrimas na lama
Numa guerra insana
Sobrevivendo a fome
Falsa propaganda
onde a gente vive
A sirene assombra
Mídia tira onda
Nois qué' mais que as sobras

Jah olhai por nois'
Nossa mãe, nosso herói
Vendendo balas nos farol
Sobrevivemos

Jah olhai por nois'
Nossa mãe, nosso herói
Vendendo balas nos farol
Sobrevivemos