Só , me sinto tão só
Mas sinto que não poderia estar melhor
Ando sem paciência pra quem me aparece de aparência
Eu quero a ausência sufocando ao redor

Um enorme vazio por fora, de lugar ermo,
Um terreno baldio mermo eu sereno e vadio, o mermo de sempre
Se eu me desgoverno não é pra seu governo
Desculpe o termo deste impaciente entre tanto enfermo

Prefiro ser um eremita que recita
O que a voz da consciência grita ecoa
Pessoas ressoam idéias respeitável
Público adestráveis platéia

Eu crio um silêncio profundo
Aperto o mute do mundo e viajo em onomatopéia
Click clak click clack
click clack boom

Eu sou minha melhor companhia
Minha cabeça me guia pelas vias das minhas fantasias
Eu troco a noite pelo dia abro fuga na madruga
Não me aluga, não perturba eu quero que a lua me iluda

Desgosto na multidão, meu rosto na vastidão

Queria eu poder fazer transplante ou doação de marca passo,
Por onde passo, só vejo gente sem coração

Com amor próprio tu não distingue quem,
Com egoísmos os mesmos estão em busca de alguém
Amor mútuo armou tumulto, não vem que não tem
Se o amor é cego as vezes prefiro não ver ninguém

Comigo eu me sinto bem, tranqüilo na pista
Meu campo de visão além do alcance das vistas
Rumo a conquista completamente isolado
Antes só que mal acompanhado.

Aperto o mute do mundo e viajo em onomatopéia
Click clak click clack
click clack boom