NOVA AURORA

Nestas auroras, quando o sol acende o dia
e a poesia pede abrigo ao violão,
uma saudade vem ponteando a melodia
pra dedilhar acordes junto ao coração.

Antigos sonhos nas paisagens de um menino,
de nuvens claras sob o azul da imensidão,
na singeleza de um rancho campesino
de vida simples, de campanha e de galpão.

Por isso, sempre quando o sol acende o fogo,
a minha alma aos poucos também se ilumina.
O tempo pesa, insiste em me curvar os ombros,
porém, me sobram horizontes nas retinas.

Cada manhã traz na garupa uma aquarela
que nos ensina a escolher novas texturas.
Peito a dentro abrindo trilhas e cancelas,
vazando luzes onde a alma andava escura.

Toda aurora que amanhecer em mim,
boas lembranças do meu tempo de guri.
Vou desejar que cada noite chegue ao fim
pra esperar o novo sol que há de vir.

Por isso, sempre quando o sol acende o fogo,
a minha alma aos poucos também se ilumina.
O tempo pesa, insiste em me curvar os ombros,
porém, me sobram horizontes nas retinas.