Primitivo alimento , santo jujo cotidiano,
Que o saber dos guaranis legou para o pampeano.
Para o índio era CAÁ , a santa erva milagrosa,
Uma oferta de tupã a ser sorvida no CAIGUÁ.
Era fonte de sabença dos cacíques curandeiros ,
Que guardavam para sí os segredos dos ervateiros.
Se o dia fosse de sol , tinha a benção de tupã ,
Começavam a cortar no arrebol da manhã.
A terra fazia o fio num facãozito de madeira,
Atado com casca de ímbira , desgalhavam a erveira.
Para o feixe do macaco o sapeco era no mato,
Que vinha no lombo do índio no mais rude aparato.
Mas o tempo fez justiça ao costume guarani,
e até hoje se mateia do Oiapoque ao Chuí.
Eu vou tomar o meu mate , bem a moda guarani,
água quente na CAÁ e de bomba um TAQUAPÍ.
O bailado do macaco sobre a chama brazinada ,
era o sinuelo da depena para a folha ser cancheada.
A erva a meia cancha dava o mate preferido
a deusa CAAIARͨ tava o índio agradecido.
Viçosa e livre na mata nas mais belas florações ,
mais tarde amaldiçoada , nas pedras das reduções .
Somente os padres negavam o fazer bem do chimarrão,
dizendo não ser de deus esta santa comunhão.
A mão da roda de mate , mais tarde virou escrava
e a alegria dos guaranis pelo branco se calava.
Grande fonte de riqueza fez do guarani faceiro,
um refém sem liberdade do comercio do estrangeiro.
Mas o tempo fez justiça ao costume guarani
E até hoje se mateia do Oiapoque ao Chuí
Eu vou tomar o meu mate , bem a moda guarani ,
Água quente na CAÁ e de bomba , um TAQUAPÍ.