E no varejo os menores passos falhos,
deixam nossos corpos raros tombados no chão da guerra.

E essa terra encharcada com nosso sangue e pisada com
a dor da mãe que nesse mundo mais enterra, mas falar o que,
quando chamam de coitadismo, o trabalho que impede o livro e
a miséria que nos deixaram, mataram tanto, e se hoje você
é rico, possas crer, não foi divino, mas da força que nos roubaram.

Somos muito pro seu quintal, iáiáiá, e vamos varejar as táticas,
a necropolítica aqui é racial, Estado de exceção não é novidade na desgraça.

A geração da utopia, quem diria, presa na conexão do tédio digital, achando que o mundo é possível pela tela, quando desconectar o preço vai ser fatal, é, corpo-infância e vinte dolinhas de sonho, ó.

Ô professora eu não queria escrever mal, mas sempre falta giz no meu quadro social, quem dera o racismo fosse uma palavra, que só causasse susto se passada no jornal, quem dera minha gente não soubesse que sua dor, que gera a riqueza desse país desigual.

Mas deixa lá e a gente segue na esquina, são os menores no controle desse medo, nos trouxeram no tráfico, e hoje chamam de tráfico a tentativa de cobrarmos nosso preço.

Já contamos tudo, sabemos quantos foram, suportamos o mundo e nosso ódio não é choro.

Eu canto a morte pra saber andar na vida, dona Maria que até hoje ainda chora, foi no varejo
que ele entrou pelo sonho, de melhorar a vida daquela senhora. 2x.