Eu sempre te escrevo
Quando a ameaça
Do fundo do quintal
Sobe e me congela

Olhe lá
Na ponta do meu dedo
Se nada se move
O céu fica vermelho

Será que eu te contei
A história desse homem?
Que queria tudo
Das mulheres, do ópio

Moral da história
Ele morreu acamado
Tudo passa, tudo quebra
O baseado, o sexo cansa

Te digo de novo
Que o inverno morreu
Alongue suas tranças
Esconda suas nádegas

Quando os apaixonados
Se juntam aos montes
Todas as folhas mortas
Riem entre si

E há chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova

Para onde vai essa sombra?
Se perder ao longe
Com certeza muitos
Não verão nada

Meu pequeno fogo
Te beijo nos olhos
Deixo o envelope
Te amo mais que um pouco

E há chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova

Há chances de que nada se mova
Chances de que nada se mova
Chances de que nada se mova
Chances de que nada se mova
Há chances de que nada se mova
Que nada se mova

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