Bonés sobre os olhos à la Daredevil
Acabei de andar pelos lugares da minha cidade portuária
Eu sou da época dos Tronistas no Bar 2000
E das minas desoladas por golpes de picareta
Quantos dramas de u-re nos tornaram bons dramaturgos
Alguns gramas de puro, você adormece nos braços da Mãe Natureza
Eu perco meu latim, buscas pela manhã
Você perde o terreno, precisa descer um
Eu falo como um livro, não sou escritor
Mas eu descrevo a vida urbana em alexandrinos
Cruciverbalista, eu racho o verniz
Tantas coisas para dizer que eu transbordo da linha
A caneta é mágica, feta e magia
Brassens, Brel e Ferré é o álbum da Liga
Temos nossas próprias referências
As suas, nós as assumimos
Sua filosofia da França
Meu Sócrates mora no 93
Meu psiquiatra o Plano d'Aou
Desde "o som dos bandidos", garoto
Aqui, eu não leio mais o jornal, exceto www.bondyblog
Entre na sala de guerra, desenhe o guru
Eu tenho o bom discurso, sou como um médico em Lourdes
O valor de um pesado, uma pérola na ostra
Nossos bairros bre-som na palidez do dia
Eu introduzo a arte menor no mercado de arte
Quando o rap faz o barulho de uma máquina de dólares
Todos nós somos quebradores, eu lanço pedras de mármore
Black Bloc, tulipa negra

Infrabaixos no carro
Quando a rua transporta os litros
Uma granada na playlist
Pros da prosa, somos a elite
Música ultrajante, devoradores de papel, pregadores de capuz
Hoje à noite, estou sozinho no palco, eu faço rap onde não tenho pé, eu prego meus convencidos
Ei, meus convencidos, vocês vieram para se animar?
Em nossa casa, as únicas armas que nos fazem dançar têm o cano serrado
Música argot, padres dos patamares, pastores dos acusados
Hoje à noite, estou sozinho no palco, eu faço rap onde não tenho pé, eu prego meus convencidos

O rap, um esporte de escravo
Que carrega a esperança
De uma juventude esquecida
Fazemos arte de rua nos bancos da História
Nossos prédios fazem parte dos móveis
Um dia, a Hexágono se lembrará que somos a parte nobre
Um rapper que morre, uma biblioteca que queima
Sou membro de uma gangue e de um clube de leitura
Pouco taciturna é a língua do asfalto
As tatuagens com tinta, contamos a experiência
Sem obras baratas, não é Rabelais
Um poema ciste-ra, é difícil de lembrar
Não sou Republicano, sou Democratas D
Até que ela me ame, a França, vou demografá-la
Meu rascunho, é o seu Prêmio Goncourt
No FNJ, dou aulas de língua
Fazemos no som e nos discursos
Como o negro de François Hollande
Isso te faz feliz ouvir minhas canções tristes?
Vivemos a tortura sob anestesia
Isso não me tornará mais político
Se eu chutar nos beats de Pierre Sarkozy
Prove o pátio, vivemos em um ambiente fechado
Os outros são triciclos no Salão do Automóvel
Sou dado como morto desde a época de Mitterand
Torne-se um jovem veterano nas páginas rosas do dicionário
Eles possuem a música, nós a fazemos
As pessoas veem minhas letras no inframundo
Meus Arghouns desmumificam Louis Aragon
É punk preto, Protest Song

Infrabaixos no carro
Quando a rua transporta os litros
Uma granada na playlist
Pros da prosa, somos a elite
Música ultrajante, devoradores de papel, pregadores de capuz
Hoje à noite, estou sozinho no palco, eu faço rap onde não tenho pé, eu prego meus convencidos
Ei, meus convencidos, vocês vieram para se animar?
Em nossa casa, as únicas armas que nos fazem dançar têm o cano serrado
Música argot, padres dos patamares, pastores dos acusados
Hoje à noite, estou sozinho no palco, eu faço rap onde não tenho pé, eu prego meus convencidos

Prosa de elite
Cara, a missa está dita
Sem mecenato, nem gravadora
Din Records, Médine
Letrista dos parlatórios
Porta blindada e barras largas
A saída, ela não é para lá
Enquanto não tivermos o porta-voz
7.6

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