EMBARCADOR

É serviçal das estâncias
Macanudas, ou chacrinhas
Mangueirão ou mangueirinhas
Teu espaço se adelgaça
No comprimento que for
Sempre estás embarcador
Perto da estrada que passa

Não é de muito trabalho
Nem para os usos "normais"
Chegam touros, pra ser pais
As vacas "perdem" terneiros
Gado gordo vai pra abate
Caponada pro remate
Na "tropa" do "camiôneiro"

As vezes safa um vizinho
Quem diz que não tem mais tropa?
Se a Julieta se topa
E não chega até o gado
Se pede no mas o favor
"Como é que eu pago o senhor?"
Plata, umas tábua, um assado…

Difícil ver um caído
Virado em guanxuma e juá
Como dizem,, sem trabaiá
Mostrando o fim da invernada
Se vê que ali a pecuária
Não é nem mais "secundária"
Por ali foi derrotada

Em ti vivem, nascem sonhos
De embarques ou desembarques
Nas propriedades ou parques
No teu valor, me aprofundo
Pois homenagem merece
É por ti que sobe ou desce
Tudo que habita meu mundo