Lágrimas secas


Meu corpo no chão


O tinto e os cacos de vidro na cama




Sei que a solidão


Não encontra razão


Desculpa ser assim e fazer tanto drama




As noites em claro


E os dias nublados


Eu sinto minha mente


Indo a anos passados




Fui imperfeito


Eu, sempre imperfeito


Desculpa ser assim


Qualquer dia me aceito


Eterno aprendiz


das escolhas que fiz


Vi que apenas


assim eu seria feliz


Tudo é tão abstrato


Eu sempre inexato


O Passado e o futuro


O Presente e o retrato


O poema que eu fiz


Quando chorava no quarto


Mano se não fosse a arte


A gente tava morto


Conta só quantos menó


Que não tiveram esse sorte


Mas buscou da melhor forma


Sempre fazer a sua parte


Eu conto nos meus dedos


Quantos que eu posso contar


Daqui a dez anos


Me diz quantos vão me ouvir cantar


Mas vamo ver dar melhor forma


Pra não vacilar

Que eu tô blindado da inveja


De quem sabotar


95, 1000 anos a frente


A professora me falou


Cê não quer nada


Mas é inteligente


As vezes elegante


Dixavando a mente


Com um sorriso no semblante


Eu sei o que meu assombra


Problemas no meus ombros


Eu caminhei na sombras


Carregando os meus escombros


Criei um universo


É isso ou vice-versa


Por isso eu to cansado


Ou to sem tempo pra conversa


Viver mais me interessa


Por ora eu tenho pressa


A vida é um evento


Paga o preço do ingresso


Tô naquele endereço


Tem coisa que não muda


Problemas sempre os mesmos


Mas meu orixá ajuda