Lugares, Luares, Amores est une chanson en Portugais
Respiro o ar dessa cidade
Trago a seco, o pulmão arde
Tela Quente fim da tarde
Um café preto e fim de papo
Mente a frente o corpo ereto
Desabafo com a caneta
Linhas tênues, embaçadas
Embalsamadas em veneno
Vai garoto siga em frente
Minha mãe disse, liga as vezes
Minha cabeça sempre atenta
Desligada pra cacete
Eu vou pra lapa ou pro catete
Faço um rap teti-a-teti
Oh glória groove bola um verde
É o kush do Felipe Ret
Fininho pa andar de skate
Elegante rola o base
Troca o base de boom bap
Rimo até num drum and bass
Outra dose desse Henessy
Fazendo rap ranasci
Eu em nem queria convencer
Mas confesso, que convenci
Engenhão de Rolezin
Solta a bola da "nimim"
Chega de fazer gracinha
Joga craque, djamalminha
Minha alma, vai caminha
Peço a jah que me preteja
Solta pipa, corta a linha
Bebe água na igreja
Elas quer tirar a calcinha
Eles morde as costa, inveja
Mas não vive a minha vida
Meus b.o. talvez não veja
Porta aberta a luz enseja
O caminho de um novo dia
Compondo 16 linhas
Boca seca, então me beija
Cansei, velha novidade
Talvez seja média idade
Faço rap e régua plantas
Com a mesma intensidade
Será a mesma entidade
Com outra identidade
Meu deus, será verdade?
Hereditariedade
Num vai pra grupo não
Leia bakunin
Cuidado com o pulmão
Com fígado e com rim
Liga pra sua mãe
Não seja duro assim
Perdoa até seu pai
Que erro tanto enfim
Cultura de rima
A gente vai cima
Vim lá da Zona Norte
Aonde a vida ensina
Aonde a rua ensina
A lua, a velha cina
Me sinto no cinema
Não corta minha brisa
Lugares, Luares, Amores
Suas dores
Fugazes, refletem suas cores
Perfurme de Amora
Devoro-te toda
Sob a luz da aurora
Me beija na boca
Então vem olhar
E dissecar as vísceras
E cutucar os nervos
Abrir as veias e fazer sangrar
Vem analisar anatomia
e mapear o desejo
E supor a intenção
Da marca da faca na pele
Veia aberta e um sorriso largo
Escorre melado e samba
De olhos fechados e a perna bamba
A tampa semi-aberta da loucura, tem
liberdade na antinorma da mistura
Quanto vale a opinião dessas pessoas
Que tu nem conhece
É tanta gente doente de tá carente
Desesperado por mais um like nas redes
Cortaram minha carne espirrei vermelho, meu corpo tem alguém de recheio
Um buraco no espelho
Que apaga contornos
e acende incertezas no escuro do medo
No frio de agosto com a noite clara
E tudo que eu quero é você pelada
Certezas que a mente ocupada ofusca
Se por vinte anos nessa furna escura
Deixei dormir minha maldição
Hoje velha e cansada da armagura
Minha alma se abrirá como um vulcão
Em torrentes de colera e loucura
Sobre tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e tortura
Vinte anos de medo e solidão
Pelas horas vividas sem prazer
Pela tristeza que tenho sido
Pelo esplendor que deixei de ter
É tão bom estar de volta amor