12 – REFLEXO DE NÓS

Poema: Grandes são os desertos, e tudo e deserto
Autor: Álvaro de Campos/Fernando Pessoa
Intérprete: Paulo Autran

Grandes são os desertos e as almas desertas e grandes
Desertas porque não passa por elas senão elas mesmas,
Grandes porque de ali se vê tudo, e tudo morreu.
Não tirei bilhete para a vida,
Errei a porta do sentimento,
Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse.
Grande é a vida, e não vale a pena haver vida,
Acendo o cigarro para adiar a viagem,
Para adiar todas as viagens.
Para adiar o universo inteiro.
Adia-te, presente absoluto!
Mais vale não ser que ser assim.
...amanhã é infinito.

MAOE

Vai ter que ser
Esse é o caminho dessa vida
Sai pra viver
Além da bola de cristal
Vê de onde vem
Essa reflexão que abala a bala
Baila no swing sanguinário
Mas com quem?
O silêncio precede o esporro
Não sei se aqui só morro ou mato alguém
A dúvida que desce o morro
É a dívida do outro
Que só divide o povo em certo alguém
Que já não dá pra aceitar
Porcos fardados, não
Playboy de helicóptero
Era falso
Deu sid no meu atestado
Pra quem não tem perdão
Jamais me prenderão
Algemas perderão
Minha gente de vista

Porque não tenho escolha,
E quando tem a chance
E o mundo nas suas mãos,
O que fazer agora?

Eu sei que o que cê tinha
É fome de revanche
A vingança não enche a pança
E o que apavora
É que ela se alimenta de quem for
Luz, paz e amor
A cura é amar
A cura é o amor
E a minha é rimar

CJAY

Sou alma velha
Carne nova
Bicho solto sem coleira
Antes da hora
Café passou
amargo Agora
vida lá fora
Uns se apegam, outros se apagam
O resto se afoga
Alma sangra, sangue ferve
Calma santa
pressa peca
Passa tempo, tanto fato
Capa da gaita ou pulo do gato
Cara pálida, suor sagrado
Vida válida, medo natural ao homem
Da gota ao vendaval
O que eu queria é doce
E um pouco de paz
Que o senhor me desse
Antes fosse, nasci precoce
Sem fazer pose, amor sem posse
Vida que segue, não fode
Tô só o osso
Azar do ócio
Quem cede? Quem brinda?
Tudo posso, quem fede só sinta
Se fode quem brinca
Vida roleta russa
Eu quero uma na minha cinta








REFRÃO: Lejow, Danni Lemos & Flávio Franklin

O futuro é o reflexo de nós
Yeah, Yeah
Parar pra que?
Se o futuro é o reflexo de nós
E eu sou reflexo da minha própria voz

SKIDY

Sorrisos falsos não conseguem ver o próprio reflexo
Não se reconhecer no espelho te deixa perplexo
A gente à mercê, os caras de Mercedes
Amores descartáveis, parcelam em vinte vezes
Não é truque
Truco na laje outra vez
Se o rival tiver de zap
Não se pede seis
A vida é um desafio
E os moleques vão se espelhar em ti
E aí? Me diz o que você vai refletir
Ando pensando em voar alto
Alto tipo drone
Mas sem tirar os pés do chão
E a mão do microfone
Eu vim das ruas de terra
Carregando o meu nome
Onde uma pá de João Estrela
Também não é Johnny
Pra mentes "preto e branco"
Sigo "linhas de aquarela"
Destruindo nas rima
Como Picasso nas tela
Levanta do sofá
Acorda pra cuspir
Ninguém vai te ajudar
Ninguém tá nem aí
Pontuando na vida
Pique LeBron
Olhar dos falsos
Reconheço tipo neon
O futuro é reflexo da própria atitude
Só não consegue progredir quem muito se ilude
E minha vida vai além desses views no YouTube
A minha vida vai além desses views no YouTube




LEJOW

Yeah
Tô fazendo um pé de meia
De sabedoria pra um dia
Gastar na velhice
Yeah
Enfrentando a dor
Da distância de quem sou
Pra quem eu sou capaz de ser
Eles falam tanto de si
Que temo descobrir
Quem realmente são
Mascarados sem essência
Mas não tiro o mérito da persistência
Persistente poucos loucos são, e...
Persistir é vencer
Desistir é inviável
Estou a margem do impossível
Degustando do tal improvável sem ver
Registrando erros e vacilos
Fumando pelo sorriso da morte
Destino embaralha as cartas
E o ser humano vive à mercê da má sorte
Mas é claro que me preveni
Minha matilha é carta na manga
Se adianta, que agora sim...

REFRÃO: Lejow, Danni Lemos & Flávio Franklin

O futuro é o reflexo de nós
Yeah, Yeah
Parar pra que?
Se o futuro é o reflexo de nós
E eu sou reflexo da minha própria voz