Já ouço o som dos passos, respiração ofegante
O arrepio no braço, o cheiro estonteante
A energia pesada e densa vem ao redor
Cabeça fica ligada e pensa muito melhor
Ogun – pá Ojarê com sua espada afiada
Pra enfiar no peito desses conversa fiada
Ver o inimigo retroceder ao seu comando
A trairagem enfraquecer e morrer sangrando
Sem frear, sem voltar, sem moscar, sem temer
Vamos ver, se chocar, quem de nós vai ceder
E entender que quem é por mim nunca vai dormir
E aprender a não fraquejar, nunca desistir
É hora de assumir o que cê faz e o que fala
Eu posso até te ouvir, mas minha voz cê não cala
Humilde vira guerreiro e guerreiro vira rei
Entoar seu ilá e confirmar o que eu já sei

Meu Pai Ogum mandou avisar
Que é pra cortar o dedo de quem for me apontar
E procurar enredo para me derrubar
Eles podem tentar, eles podem tentar
Meu Pai Ogum mandou avisar
Que é pra cortar o dedo de quem for me apontar
E procurar enredo para me derrubar
Eles podem tentar, eles podem tentar

Tenta me caçar, derrubar, não vai encontrar
Nunca mudo de caminho, eu mudo o meu caminhar
Não vou me esconder, nem vim pra me mostrar
Se tá querendo se esconder, é só me procurar
É quem atua e vive de falcatrua
E continua a pilantragem nua e crua
Esses covardes não sabem, Besouro avua
Quem vai te cobrar é a rua, quem vai te cobrar é a rua
Seu atentado não vai me atentar
Pode mirar, mas não vai acertar
Péssima intenção no coração não vai me enxergar
Falsidade, cara-de-pau
Vai se dar mal de modo geral
O meu contragolpe é Hip-Hop e fé no ancestral
Ogiva em sua gengiva pra você sentir meu gosto
Tenta me encarar, mas nunca vai enxergar meu rosto
Eternamente meu corpo quente forja meus nervos de aço
Se for pra arrancar seu crânio te deixo morder meu braço.

Meu Pai Ogum mandou avisar
Que é pra cortar o dedo de quem for me apontar
E procurar enredo para me derrubar
Eles podem tentar, eles podem tentar

Meu Pai Ogum mandou avisar
Que é pra cortar o dedo de quem for me apontar
E procurar enredo para me derrubar
Eles podem tentar, eles podem tentar