VOZ DE JACARANDÁ.
Milonga arrabalera
Letra: Xiru Antunes
Melodia: Silvério Barcellos
Violão: Silvério Barcellos
Violão: Márcio Costa
Violão Solo: Egbert Parada
Violão Solo: Luis Clóvis Girard
Bandoneon e Vocal: João Paulo Deckert
Arranjos: Silvério Barcellos e Egberto Parada
Recitado: Xiru Antunes
Intérprete: Márcio Costa

Quando encontrei minha guitarra,
O que eu andava procurando
Estava nela encerrada,
As partituras andavam
Nas asas livres de um canto.

Conservava em sua madeira,
O verniz de antigas almas,
Cravelhas amanhecidas
De espanholas virtudes,
Mesclada a vozes indígenas.

Tinha um ninho de milongas,
Resguardadas no seu bojo,
E em cada corda uma cifra,
Conservando a raça índia
Com parecenças de um bombo.

Seis caminhos musiqueiros,
Que arranchei junto do peito,
Floresciam entre os meus dedos
Toda vida que eu andava
Caminhando sobre o tempo.

Nela “el gaúcho” renasce,
De “chiripa e garrão”,
“Vigüelando” a voz antiga,
Acentuando o bordão
De milongas e vidalitas.

Nela eu pude reencontrar,
Toda a expressão do meu pago,
Na sua forma de essência,
Seis “alambres” angustiados
Pelo universo da querência.

Quando encontrei minha guitarra,
Tive um abraço sonoro
Com voz de jacarandá...