Por um sonho de liberdade sem mais
Prenda-me se for capaz
Eu prefiro morrer
Tenta a sorte pra ver
Que eu nasci pra voar e não pra me render

E eu vou ouvindo Tupac Shakur
Forte como Tupac Amaru
Quem é da área nunca desata
E não há nada que arrebata
Resistiremos como Zapata, Conselheiro, Cicero
Traços de um guerreiro que não se acabou
E todo um povo que não se abalou
Viva a Sandino, viva Zumbi
Como Lampião estamos aqui
E seja em Canudos ou em Palmares
Sinta a resistência pairando nos ares
Nas dificuldades lutando e sorrindo
Corre nas veias o sangue latino
Então eu sigo pelo meu caminho
Pois ventos do norte não movem moinhos
E agora eu vejo o menino correr
Na mesma rua vi seu pai morrer
Policia e ladrão que contradição
Antigamente era diversão
E a brincadeira foi ficando seria
E nessa não dá pra recomeçar
Já foram tantos nem da pra contar
E o gueto chora outra mãe implora
Pelo filho que não vem
Então pare um segundo e veja bem
A gente se matando é melhor pra eles
Por isso veja que vem tudo deles
Armas, drogas, nossa insegurança
Essa cobrança que pesa a balança
Mas não perca tua esperança
A confiança precede a mudança

E é um sonho de liberdade sem mais
Prenda-me se for capaz
Eu prefiro morrer
Tenta a sorte pra ver
Que eu nasci pra voar e não pra me render

E foram tantas brigas e intrigas
Envolvidas nessa falsa corrida
Então me diga a onde tua força se abriga
Se agarre nela e jamais desista
Pois a luta não se acabou
Respeite quem nunca se ajoelhou
E quem dera se tudo fosse
Mas a vida não é tão doce
Tipo a dos playboys que emocionam no doce
E trazem pra área toda a confusão
Os da área morrendo na bala
Isso não é Cosme e Damião
Então único lar doce lar
Que a gente vê por lá é na televisão
E aprendemos do lado de cá
Tantas coisas pra abdicar
Uma vida inteira para nos testar
Farão de tudo pra nos derrubar
Seguindo em frente vou acelerar
Se entrar na frente vou atropelar
Tenha um futuro para conquistar
E eu não dou sorte pro azar
Não se abala, bala canta lá
Vamo embala para não parar
Embalado, mas numa vala
Ou gelado na mala do Opala
Se tu nunca sujou a mão
Com o sangue de quem você ama então
Não me venha com drama
Desse filme eu conheço a trama

E é um sonho de liberdade sem mais
Prenda-me se for capaz
Eu prefiro morrer
Tenta a sorte pra ver
Que eu nasci pra voar e não pra me render
Do meu sangue fez-se o verso
Esse é meu universo
E eu não acato papo cruzado
Pra injustiça justo é o desacato
É melhor ficar ligado
Pois o riso do dominante
É o choro do dominado