Ahhhh haaammmm
E o que se leva dessa

Vida Meu excesso de bagagem
E alguns anos de idade não e somente o que pesa
Deixei a vida me levar
E até hoje me pergunto porque a vida não me leva


Deus deve tá de sacanagem
Perdi tudo, perdi todos, de onde que eu tiro coragem
Mesmo tando tão a margem
Vou sujando a paisagem dessa gente que ainda reza

O que parecia impossível
Numa mágica tragica se torna imperceptível
Recebi super poderes
Caminhando entre eles sou um dos seres invisíveis

Às vezes alguém baixa o nível
Ou então se encontra num daqueles dias sensíveis
Com uma oferta imperdível, uma proposta irrecusável
Me traz algo intragável, mas ainda comestível

Deito no céu, saio do chão
Minha cabeça flutua
O meu papel, um papelão
Coisa da rua

Deito no céu, saio do chão
Minha cabeça flutua
O meu papel, um papelão
Coisa da rua

Era uma caixa muito engraçada
Eu não tinha teto, não tinha nada
Alguns desafetos, alguns camaradas
Eu me joguei nas pedras e com alcóhol me desinfeto


A morte pede carona e acho que se emociona
Depois me abandona pelo caminho
Toque de recolher manta, almoçando a janta
Minha cara te espanta pelo caminho

Se perguntam: quem sou eu
Lembro quem fui lá no começo
Se perguntam: se sou eu
Digo que não, não me reconheço

Eu me dobro, me desdobro em dobro
Eu vi logo e jogo o jogo
Eu me intoxico de novo de ódio
Mesmo episódio, só que me puseram fogo

Braaaahhh


Deito no céu, saio do chão
Minha cabeça flutua
O meu papel, um papelão
Coisa da rua

Deito no céu, saio do chão
Minha cabeça flutua
O meu papel, um papelão
Coisa da rua