Água de sanga, sabão de sebo.
golpeava as pedras no lavador;
levava a trouxa pra junto às casas
quebrava o verde do quarador

Roupa encardida na lida bruta
ia clareando na tarde mansa
chita floreada, um lenço branco
fraldas e roupas das suas crianças.

Seguia a lida do dia a dia,
mas perguntava em pensamento:
Como podia a luz do sol
limpar as vestes que ficam ao tempo?

Um certo dia ouviu uma voz
olhou por perto e não viu os seus
A voz lhe disse: Paz, minha filha,
fica tranquila... porque sou Deus!

Vim te contar das roupas sujas
que ficam limpas sob a luz
são feito as almas que andam perdidas
até encontrarem com Meu Jesus.

Igual tuas roupas eu as esfrego,
e na minha Luz são clareadas –
se permanecem no meu costado
serão tão alvas quanto as geadas.

E a senhora secou os olhos
e agradeceu o seu Senhor
sentiu na alma a imensa paz
orou de joelhos no quarador.