Não tenho medo de ser diferente
Mesmo que pese como o cimento
Eu jogo o meu conhecimento
Só faço aquilo que me vem à mente

Vim com a força de um mutante
Para ser auto didata
Tirei a bolsa da estante o caderno
E então segui o Sinatra
Sou patriarca não há batota naquilo que faço
Expus a marca criei notas e então dei os passos
E logo dei à vela num barco em temporal
Como todos que querem criar algo intemporal
Mas a prova hoje é escrita não há tempo oral
Por isso muito se limita a fugir do vendaval
Ser diferente é difícil para esses ouvidos viciados
Não há crentes no ofício de vendidos reciclados
Eu sou complexo faço um rio parecer oceano
Como Van Gogh a trocar cores até aparecer o ciano
Mudo o som desse tambor até parecer o piano
Por isto deitei suor por carecer do que amo
Não me limito a ser básico como o ácido alucino
A tentar chegar ao topo como o clássico AL Pacino

Não tenho medo de ser diferente
Mesmo que pese como o cimento
Eu jogo o meu conhecimento
Só faço aquilo que me vem à mente

No início era o vício com indício musical
A palavra era sagrada e do nada deu-me o sinal
Do vitral eu vi o mundo duma forma própria
Para que um dia quem me ouvia não me chamar uma cópia
Vim apresentar a ótica diferente
Rima cósmica na mente
Com probabilidade de virar pródiga imponente
Ouvida por gente
Que quer diversidade
Mas a partir de hoje não vou viver pisado
Sempre atrás daquilo que da-me fome
Viajando flutuando em melodias de Armstrong
Combinado inspiração do primeiro ao sétimo dia
A evolução da palavra a Etimologia
Andando na melodia até tê-la assente
Brilhando voando como uma estrela cadente
Citando a prosa sinistra
E como névoa embaciando a vossa vista
Ressuscitando todo aquele que peça a voz
Repara eu sou Fernando Eça de Queiroz