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Paroles de Romance de Pampa e Sol

Interprètes Danilo KuhnSilvana GiovaniniÉverson Maré

Paroles de la chanson Romance de Pampa e Sol par Danilo Kuhn lyrics officiel

Romance de Pampa e Sol est une chanson en Portugais

ROMANCE DE PAMPA E SOL

L: Danilo Kuhn/D: Silvana Giovanini

Despacito, o sol desnudava à pampa
com carícias mansas e luzidias
que pouco a pouco se tornavam amplas,

lhe trazendo matizes de alegria,
iluminando os campos deste amor
quando noite se transformava em dia.

O sol que suspirava em seu rubor
que à paixão denunciava a cada afago
aos poucos revelava a pampa em flor,

e a noite fria com seu poncho amargo
ia dando lugar à pampa desnuda,
plena de todos os amores do pago.

À luz do amor, o iluminado muda
sua tez que agora resplandece, brilha,
quando antes era opaca e sisuda

como as flores, que na noite das trilhas
se ocultam da visão do caminhante,
mas que ao sol, lhe acenam das coxilhas.

Assim, a pampa, em pele verdejante,
exalava dos poros seu perfume
enquanto o sol, mais e mais radiante,

estendia à sua amada tal lume
que, ao esmaecerem, as demais plagas
deste romance sentiam ciúme.

E o sol percorria as planuras largas,
se mirava vaidoso nos açudes,
roubava beijos da água das sangas,

e a pampa encantava aos homens mais rudes,
versejando amor em suave canção
soprada ao vento, que no céu se funde:

terra e céu, pampa e sol, agora são,
ao terno amanhecer que se faz dia,
um só ser, unido pela paixão;

e o romance ao longo das horas ia,
e o casal apaixonado se amava,
despercebido que o tempo esvaía...

Mas, na medida em que o tempo passava
– se ia sorrateiro, sem alarde –,
o romance ao final se aproximava,

porque enquanto o sol de amores arde,
esquece que seu fogo depois apaga
com o frio que impõe o cair da tarde.

O mesmo vento que o amor propagava,
agora sopra avesso a tal romance,
contentando a inveja das demais plagas;

e a pampa de luz, do amor que amanhece,
desposada pelo amante do céu,
se recolhe escura quando anoitece...

A noite torna a vesti-la, em negro véu,
cobrindo a vastidão ora ensolarada
que agora, abatida, o lume perdeu;

o sol gaudério pega o rumo da estrada,
deixando pra trás a diurna amante
– em lágrimas de estrelas derramada –.

Sangrado, o amor anuncia o poente
de um romance que fora ardente outrora,
descendo melancólico o horizonte.

Mas este rubor que se vê agora,
do amor fora atestado no amanhecer
e prenuncia que amanhã a aurora

fará, talvez, o romance renascer
quando o lume do sol lumiar a pampa
e à sua pele carícias tecer,

percorrendo a geografia do campo,
sussurrando brisas ao pé do ouvido
enquanto aos poucos o dia se acampa.

E de terra e céu o amor desmedido,
que morre e renasce a cada arrebol,
assim, jamais quedará em olvido,

pois a cada nova manhã no sul
reacenderá a chama do amor
num novo romance entre a pampa e o sol!
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